segunda-feira, abril 17, 2006

Os dias da rádio

A rádio tem perdido qualidades. Se alguns projectos interessantes têm aparecido nos últimos tempos, a verdade é que pouco depois tornam-se em mais uma estação de playlists. E não há nada mais aborrecido do que saber qual é a próxima música a passar. A imprevisibilidade e a surpresa que os programas de autor nos reservavam parece perdida. Tudo se resume às negociatas entre as editoras e os grandes grupos da comunicação. Até aquela castiça rádio local que, sempre à volta da canção portuguesa era uma alternativa aos formatos jovem, notícias ou nostalgia, vai perdendo a sua identidade.


No entanto, as inovações tecnológicas vieram baralhar esta uniformização. O podcast ameaça fazer com que a rádio seja cada vez mais pessoal e específica. Não desfazendo, parte do gozo de ouvir rádio é saber da sua disponibilidade ilimitada, à espera de um qualquer transistor mais maroto. As web rádios são um desafio ainda maior. Incríveis em quantidade mas parcas na qualidade, são uma forma muito simples de criar um projecto alternativo.

A resonance fm apresenta-se como a primeira art radio londrina. Emitindo também em frequência, a sua programação consiste em sessões de poesia, programas de humor, música ao vivo e outro tipo de acções de divulgação do trabalho dos mais variados artistas. Dinamizada por um colectivo de músicos amantes da música contemporânea, é um conceito a ter em atenção. E, quem sabe, a procurar implementar...

quarta-feira, abril 12, 2006

Para quem se interessa pelas origens da música a Soul Jazz Records lança mais uma pérola. Indo, de novo, bem ao centro de Nova Iorque, o Hip Hop aparece como a criação livre, liberta de todos os demais batidos preconceitos. A inspiração vem dos estúdios de Kingston, envolvidos na instabilidade política que assolou a Jamaica no final dos anos 70. O Hip Hop surge de forma inovadora, insistindo no cut&paste e na cultura da festa de rua, block party's e sound systems. A capacidade aglutinadora da big apple, mais exactamente do Bronx, tratou do resto.

O conteúdo mais politizado aparece numa fase posterior. Não desfazendo a sua importância, também importa conhecer o hip hop num estádio original, de pura diversão. O mais engraçado é descobrir as continuidades, as interligações entre passado, presente e futuro que tornam constantes a influência da música na vida das pessoas. E o hip hop, quer se queira quer não, já ganhou o seu lugar na história.

segunda-feira, abril 03, 2006