quinta-feira, março 29, 2007
Por um 25 de Abril nas telecomunicações (ou o apelo ao derrube da netcabo)
Liberdade é poder escolher uma ligação de banda larga que mereça o que se paga por ela.
segunda-feira, março 26, 2007
Pequena Adenda
Tinha mesmo de fazer este pequeno acrescento por causa de um argumento que Jaime Nogueira Pinto utilizou e que me anda a azucrinar a cabeça. Nas suas alegações finais, por assim dizer, o dito afirmou que o crescimento económico no período entre 1950 e 1973 era resultado directo da política do Estado Novo. Não por estas palavras mas a intenção, seguramente, não fugia muito disto. No fundo, tentou fazer a colagem do período de maior expansão da economia portuguesa no séc. XX ao contexto político, dominado por Salazar.
De facto, as taxas de crescimento económico foram as mais altas de sempre e o produto interno bruto registou um aumento próximo dos 7%. Porém, nada está mais longe da verdade que afirmar que este crescimento se deve ao acerto macro-económico do senhor que dizia que "o preciso é não gastar".
Achei incrível como ninguém lhe disse das boas, uma vez que me parece do conhecimento geral que o período do pós-II Guerra até à primeira crise petrolífera (1973) foi de grande crescimento da Economia europeia, de tal modo que lhe chamam a "Golden Age" e até a palavra milagre é frequentemente utilizada. Mas este crescimento foi semelhante ao nível europeu, onde restavam apenas dois regimes autoritários e resultou de muitos factores diversos, com destaque para os mecanismos de cooperação internacional então criados. Desde aí, Portugal e a Europa nunca mais registaram índices de crescimento tão grandes como os verificados neste período.
Será coincidência ou o que faz mesmo falta é outro Salazar?
De facto, as taxas de crescimento económico foram as mais altas de sempre e o produto interno bruto registou um aumento próximo dos 7%. Porém, nada está mais longe da verdade que afirmar que este crescimento se deve ao acerto macro-económico do senhor que dizia que "o preciso é não gastar".
Achei incrível como ninguém lhe disse das boas, uma vez que me parece do conhecimento geral que o período do pós-II Guerra até à primeira crise petrolífera (1973) foi de grande crescimento da Economia europeia, de tal modo que lhe chamam a "Golden Age" e até a palavra milagre é frequentemente utilizada. Mas este crescimento foi semelhante ao nível europeu, onde restavam apenas dois regimes autoritários e resultou de muitos factores diversos, com destaque para os mecanismos de cooperação internacional então criados. Desde aí, Portugal e a Europa nunca mais registaram índices de crescimento tão grandes como os verificados neste período.
Será coincidência ou o que faz mesmo falta é outro Salazar?
domingo, março 25, 2007
Grandes Portugueses
Sempre tentei evitar todas as discussões que envolvessem o concurso dos grandes portugueses. Não por achar que toda aquela encenação fosse desprestigiante para a ciência histórica (como alguns fizeram questão em afirmar) ou por um desacordo de princípio pelo formato plebiscitário da coisa. Pelo contrário, estou plenamente convencido que o maior defeito da Academia é a sua natureza excludente, diria até discriminatória. Grande parte do trabalho científico em ciências sociais não passa de um conjunto de reflexões pertinentes apenas para quem trabalha 5 ou 10 anos no tema. Por isso, qualquer iniciativa que pretenda romper este sitiamento auto-infligido tem um grande potencial para ser positivo.
Nunca gostei do programa porque, confesso, não significa nada mais para mim do que, por exemplo, "A bela e o qualquer coisa" que passa agora na TVI. Ambos os programas são pensados para alcançar o entretenimento e gerar as chorudas receitas publicitárias do horário nobre. Mas agora que Salazar ganhou, decidi antecipar-me a toda a tempestade que, a partir de amanhã, vai abanar todo o opinion making, e em particular na blogoesfera.
Como é óbvio, relativizar será sempre o primeiro passo para a discussão do resultado do programa. Não se trata de uma sondagem, apenas de votação onde o contexto em si tem muito mais valor do que a análise concreta da personagem. Quando se vota em Afonso Henriques, ninguém pensa em retornar à batalha de campo de ourique. Também quando se vota em Aristides ninguém pensa: "pois, isto só lá vai com mais um holocausto". Muitas vezes, as pessoas são muito mais reactivas que pró-activas e todo o ambiente gerado em torno da personagem do Salazar jogou a seu favor na votação. Não foi, de certeza absoluta, aquela campanha de merda que o Nogueira Pinto fez para a construção do museu de salazar. No entanto, o seu documentário sofrível tocou num ponto muito sensível, especialmente no tempo em que atravessamos. Falo do mal menor, daquele típico : "esse ao menos era honesto" (já para não falar da sempre mal discutida questão das finanças salazarentas).
E é precisamente aqui que está a única importância deste concurso: demonstra, sem sombra de dúvida, o falhanço total na desconstrução da personagem de salazar que o próprio Estado Novo elaborou. Talvez agora, mais avisados da força subtil deste monstro, possamos começar a chamar as coisas pelos nomes e completar muitas análises que ficaram a meio porque tocavam em pessoas ainda no mundo dos vivos e convenientemente utilizadas para perpetuar outras pseudo-mitologias adjectivadas como democráticas. Salazar não merece ser admirado por ser honesto, por ser mestre em finanças ou por não ter retirado proveitos materiais da sua passagem pelo poder. Merece ser reconhecido por ter sido responsável por uma das ditaduras mais longas da história, cumprindo todos os seus requisitos: sanguinária, totalitária e desastrosa para a maioria da população. Se existirem pessoas que o admirem por isto, pois bem, assumam-no. Não tentem é esconder-se atrás de cortinas de fumo.
Nunca gostei do programa porque, confesso, não significa nada mais para mim do que, por exemplo, "A bela e o qualquer coisa" que passa agora na TVI. Ambos os programas são pensados para alcançar o entretenimento e gerar as chorudas receitas publicitárias do horário nobre. Mas agora que Salazar ganhou, decidi antecipar-me a toda a tempestade que, a partir de amanhã, vai abanar todo o opinion making, e em particular na blogoesfera.
Como é óbvio, relativizar será sempre o primeiro passo para a discussão do resultado do programa. Não se trata de uma sondagem, apenas de votação onde o contexto em si tem muito mais valor do que a análise concreta da personagem. Quando se vota em Afonso Henriques, ninguém pensa em retornar à batalha de campo de ourique. Também quando se vota em Aristides ninguém pensa: "pois, isto só lá vai com mais um holocausto". Muitas vezes, as pessoas são muito mais reactivas que pró-activas e todo o ambiente gerado em torno da personagem do Salazar jogou a seu favor na votação. Não foi, de certeza absoluta, aquela campanha de merda que o Nogueira Pinto fez para a construção do museu de salazar. No entanto, o seu documentário sofrível tocou num ponto muito sensível, especialmente no tempo em que atravessamos. Falo do mal menor, daquele típico : "esse ao menos era honesto" (já para não falar da sempre mal discutida questão das finanças salazarentas).
E é precisamente aqui que está a única importância deste concurso: demonstra, sem sombra de dúvida, o falhanço total na desconstrução da personagem de salazar que o próprio Estado Novo elaborou. Talvez agora, mais avisados da força subtil deste monstro, possamos começar a chamar as coisas pelos nomes e completar muitas análises que ficaram a meio porque tocavam em pessoas ainda no mundo dos vivos e convenientemente utilizadas para perpetuar outras pseudo-mitologias adjectivadas como democráticas. Salazar não merece ser admirado por ser honesto, por ser mestre em finanças ou por não ter retirado proveitos materiais da sua passagem pelo poder. Merece ser reconhecido por ter sido responsável por uma das ditaduras mais longas da história, cumprindo todos os seus requisitos: sanguinária, totalitária e desastrosa para a maioria da população. Se existirem pessoas que o admirem por isto, pois bem, assumam-no. Não tentem é esconder-se atrás de cortinas de fumo.
quarta-feira, março 21, 2007
Festa Voz do Operário
terça-feira, março 13, 2007
sexta-feira, março 09, 2007
É isso mesmo, não tem graça nenhuma
Só me pergunto quanto tempo demora um gago a dizer fonoaudiólogo
Isto só lá vai à bomba!
Exemplo de mau humor:
Há pouco tempo nasceu a associação Portuguesa de gagos, para acabar com os traumas e preconceitos que os mesmos sofrem. A ideia nasceu num jantar de amigos, e esteve cerca de 4 anos em estudo. Demorou assim tanto porque foi o tempo que um dos elementos levou a verbalizar o convite aos restantes.
Via - Alcóolicos Anónimos
Cada vez mais me convenço da necessidade de criar um dia internacional contra a discriminação da gaguez.
Há pouco tempo nasceu a associação Portuguesa de gagos, para acabar com os traumas e preconceitos que os mesmos sofrem. A ideia nasceu num jantar de amigos, e esteve cerca de 4 anos em estudo. Demorou assim tanto porque foi o tempo que um dos elementos levou a verbalizar o convite aos restantes.
Via - Alcóolicos Anónimos
Cada vez mais me convenço da necessidade de criar um dia internacional contra a discriminação da gaguez.
segunda-feira, março 05, 2007
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