segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Está tudo dito

A campanha aproxima-se do fim. Infelizmente, os indicadores não são os mais favoráveis para o Sim que à medida que que os dias passam perde cada vez mais nas intenções de voto (vejam aqui).

A última proposta completamente fantasista e demagógica do Não pode, eventualmente, ajudar a adensar ainda mais a dúvida e fazer com que saia vitorioso. De facto, já não há limites de decência. Nove anos depois do último referendo, repito, 9 anos, todos os partidos que apoiam o Não tiveram oportunidade de fazer o que agora apregoam. O PSD, mesmo sem posição oficial é o Joker dos movimentos do Não, e o CDS-PP nunca tiveram qualquer intenção de despenalizar o aborto. E sabem que mais? Vão continuar a não ter. Se o Não vencer, o Governo (tal como Socrátes já afirmou e a meu ver bem) não vai promover alterações a uma lei que tem a maioria da sociedade portuguesa a favor da sua manutenção. O CDS-PP e o PSD, que subjugam por completo os direitos das mulheres aos seus jogos partidários, vão pressionar o Governo a fazer uma alteração, em sede de código penal, mesmo sabendo que este procedimento não tem o mínimo de legitimidade necessária. Assim, trata-se de uma Win Win situation: a lei fica como está e ainda ganham alguma preponderância na falaciosa proposta de resolução de um problema que eles próprios perpetuam. Ribeiro e Castro ainda hoje deixou uma pista sobre o que nos espera.

Ribeiro e Castro explicitou ainda algumas das dez medidas propostas pelo CDS-PP para combater "a chaga do aborto clandestino". Estas passam, entre outras coisas, por "mostrar à evidência como é a vida humana antes do nascimento"(...)
Público, 5 de Fevereiro 2007
Não dá vontade de rir?

4 comentários:

Pedro Serpa disse...

não, dá vontade de chorar e de lhes ir ao focinho...

ME disse...

De facto é uma situação lamentável, mas esperemos que mude(ainda tenho alguma esperança)!

Margarida Espiguinha :)

Anónimo disse...

Encontrei por ca uma amiga tua dos tempos das lutas do secundario, chamada Diana, é leitora do Camoes aqui.

A verdade é que nao tiveram tomates para passar a lei na AR. Depois andam a reboque do marcelo e queixam-se. Para esse peditório ja dei. Dei uma aula sobre isto aos meus alunos de 16-18 anos. A todos parece evidente que uma mulher possa fazer um aborto num hospital. E sao filhos de portuguesinhos catolicos com pouca cultura. Ca estarei para os resultados, nem por isso muito expectante.

Anónimo disse...

Eu acho que o Sim vai vencer.