quinta-feira, fevereiro 23, 2006

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Cabeça e Membros...

Então não é que Lisboa, assim aos bocadinhos, vai ficando uma cidade cada vez mais interessante?

Cefalopode Um espaço relativamente recente bem no coração do bairro do Castelo. Da recuperação de um lupanar saiu uma cave polivalente disponível para música ao vivo, perfomances, sessões de poesia, etc. Vale bem a pena uma visita...

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

So many places to see, so little time...

mapa gentilmente cedido por Marco Polo

sábado, fevereiro 18, 2006

dói quando a chuva cai

Ontem choveu sonho.


Hoje sonho com a chuva...

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Tactel? NUNCA MAIS!

Aqui à dias, nem sei bem porquê, dei por mim a recordar as aulas de educação fisica que obrigatoriamente tinhamos de seguir. Para além de certas preciosidades, tais como a sapatilha branca ou o jogo do mata, um outro pormenor continua a perseguir-me. Esse pormenor era feito de tactel aos quadrados e incrivelmente colorido. Aliás, estupidamente colorido.
Pois é, para aqueles que, como eu, tinham mães extremamente atenciosas no vestir da descendência (inclusive a moda very 80's das camisas de lã self made mas essa é uma história que fica para mais tarde) já sabem do que estou a falar. O fato-de-treino tactel. Aquele ser ou não ser tão bem traduzido pelas palavras: "Hoje tens ginásticas levas o fato-de-treino!".

OH! Não! Todo o esforço aplicado na construção de uma vida social normal acabou de se esvair por entre as costuras do verde florescente e do amarelo canário. Nem mesmo a defesa das propriedades tecnológicas dessa inovação no domínio dos tecidos (o tactel) podia valer. Mas tudo podia ainda ficar pior. Nos dias de chuva, a toilette fato-de-treino e bota da chuva era simplesmente assustadora, revoltante, angustiante...


Não sei quantos de vocês passaram por esta experiência, mas quem lá esteve não esquece. O tactel passou a ser palavra proibida e capaz de trazer lágrimas aos olhos.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Kassav


Fui esta noite descobrir as origens da música Souk. Feliz contemplado com um bilhete de um passatempo da rádio, poupei 22€ e fui espreitar uma coisa diferente.
O concerto, no mítico pavilhão do Belenenses, estava meio cheio (ou meio vazio). Pelos vistos, os Kassav, apesar de históricos, estão numa espécie de limbo entre a música popular africana e essa quimera que é a world music. O público dividia-se entre angolanos, moçambicanos, cabo verdianos e lisboetas como eu. A mistura resultou numa orgia de kisomba, rock, música caribenha e afro-beat que só tornava possível esta destrinça nas diferentes maneiras de dançar. Não deixa, contudo, de ser embaraçante bambolear quando ao lado se completam autênticas coreografias.
Os kassav são interessantes enquanto música explosiva e capaz de fazer abanar tudo desde da ponta dos cabelos aos dedos dos pés. É, no entanto, bastante cansativo a repetição ritmica que torna todas músicas bastante familiares, apesar de nunca ter ouvido um único cd. O que mais me atingiu,, sem dúvida, foi o ambiente pacífico e desfrutante que tanto o público como os músicos conseguiram criar. A ter em atenção futuros desenvolvimentos.
A voz deste senhor é simplesmente fenomenal!

FYI

A forte gripe (ainda não aviária) que me apanhou toda a semana passada deixou este blog ao abandono. Continuo a manter a média de uma constipação viral por ano embora sejam cada vez mais fortes. Cinco dias absolutamente indefeso, três deles de cama, é o suficiente para deitar abaixo qualquer um.

a)Ainda em convalescença, dei conta que faz hoje 10 dias que não fumo. Uma pequena vitória que me deixa bastante feliz. O incrível nem é ter deixado de fumar, é sentir-me mesmo muito bem. Não me levem a mal, nunca fui grande partidário da vida saudável mas há uma sensação de leveza que há muito não sentia. vamos ver como corre o período crítico das próximas semanas...

b)Enquanto debelava os 40 graus de febre, ouvi falar, ao longe, de uma qualquer estória de cartoons. Ao princípio não me pareceu nada de especial. Apenas mais tarde vim a compreender a extensão de toda a trama.
Esta segunda feira, num jantar entre amigos, o tema, inevitavelmente, surgiu. Pensava eu, ao discutir com pessoas que deviam ter alguma sensibilidade acrescida pelos anos passados na faculdade, que as nossas posições não deviam divergir muito. Nada mais falso. Para mim, que não considero o problema nem nos trâmites da liberdade de expressão nem no desrespeito de símbolos culturais mas na instrumentalização consciente de franjas interessadas em destabilizar e provocar medo, considerava afastada qualquer hipótese de "guerra de civilizações". No calor da discussão tive de enfrentar argumentos tais como: "vê o que eles fazem às mulheres"; "a liberdade de expressão é sagrada"; e a piece du resistance "a nossa cultura é superior à deles". Foi neste momento que percebi que o caminho que trilhamos é feito de gelo muito fino. A intoxicação iniciada desde do 11 de Setembro alcançou o seu estádio final. Não se trata mais de luta de anti-terrorista mas anti-muçulmana. É lugar comum dizer isto e até politicamente correcto em alguns meios. Não é esse, porém, o sentido desta afirmação. Não é por serem o que são mas por serem contra nós. A imagem do inimigo está criada e bem consolidada tanto de um lado como do outro. E o medo leva as pessoas a fazer as coisas mais incríveis...